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Sobre o pássaro Beija-flor
Beija-flor é o termo popular usado para referir-se a vários pássaros nativos das Américas que constituem a família biológica Trochilidae. Com cerca de 360 espécies, eles ocorrem desde o Alasca à Terra do Fogo, mas a grande maioria das espécies são encontradas nos trópicos.
No Brasil, alguns géneros recebem outros nomes, como os rabos-brancos do género Phaethornis ou os bicos-retos do género Heliomaster. No sistema classificativo de Sibley & Ahlquist, a família Trochilidae integrava uma ordem própria, a Trochiliformes. Entre as características distintivas do grupo contam-se o bico alongado, a alimentação à base de néctar, oito pares de costelas, catorze a quinze vértebras cervicais, plumagem iridescente e uma língua extensível e bifurcada. Também são conhecidos popurlamente como colibri, cuitelo, chupa-flor, pica-flor, chupa-mel, binga, guanambi, guinumbi, guainumbi, guanumbi e mainoĩ.
A maioria das espécies é tropical e subtropical, vivendo entre as latitudes 10ºN e 25ºS. A maior biodiversidade da família encontra-se no Brasil e no Equador, que contam com cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flor. Os troquilídeos estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae, da ordem Passeriformes.
Características Físicas
Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média de 6 a 12 centímetros de comprimento e pesam de 2 a 6 gramas. Maioria dos bicos são normalmente longos, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores.
O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um voo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e podem ultrapassar 80 vezes por segundo. Em contraste, as patas dos beija-flores são pequenas demais para a ave caminhar sobre o solo. As fêmeas são, em geral, maiores que os machos, mas apresentam coloração menos intensa. Vivem, em média, 12 anos e seu tempo de incubação é de 13 a 15 dias.
Polinização
Entre os animais que visitam flores em busca de alimento, os beija-flores são os mais conhecidos, pelos tons metálicos da sua plumagem e a capacidade de visitar flores pairando no ar. Os beija-flores precisam de grandes quantidades de néctar diariamente, para suprir a energia necessária ao seu esvoaçar contínuo. O néctar das flores visitadas por beija-flores é um alimento altamente energético, contendo cerca de vinte por cento de açúcares, sendo que a quantidade de néctar disponível varia com o tamanho e tipo de flor.
As flores visitadas por beija-flores, classificadas como ornitofílicas, são em geral tubulosas e apresentam cores vivas, com tonalidades que variam do vermelho ao alaranjado. Esse conjunto de cores e formas permite prever que o polinizador de uma determinada flor seja um beija-flor. As flores da sálvia e do cipó-de-são-joão representam bem os tipos visitados por beija-flores. Entretanto, algumas flores polinizadas por essas aves podem ser azuis ou brancas, como as de certos caraguatás. Nesse caso, as brácteas ou alguma outra parte da planta apresentam cor avermelhada, que atrai a atenção dos beija-flores.
Alguns beija-flores também buscam néctar em flores que são polinizadas por outros tipos de animais, como abelhas, borboletas ou morcegos. Quando isso ocorre, nem sempre há um ajuste entre o tamanho e o tipo de flor e o tamanho do bico do beija-flor. Quando a flor é grande demais, pode ocorrer a "pilhagem de néctar". Nesse tipo de visita, o beija-flor retira o néctar sem tocar nas partes reprodutivas da planta e, portanto, não realiza a polinização. Beija-flores pequenos, como o besourinho-de-bico-vermelho são pilhadores habituais.
Ao visitar as flores em busca de néctar, os beija-flores podem adotar dois modos distintos: estabelecem territórios ou percorrem rotas alimentares. Os dois modos resultam em diferenças na polinização. Quando estabelece território, o beija-flor transporta pólen entre as flores da mesma planta ou de plantas próximas entre si. Já a territorialidade, portanto, resulta em menor número de plantas na polinização. Na ronda alimentar, por outro lado, o beija-flor transporta pólen entre as flores de um maior número de indivíduos, distantes entre si, possibilitando assim maior variabilidade genética.
Alimentação Artificial
Aproveitando a grande necessidade que os beija-flores têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contém carboidratos em concentração variável em torno de quinze a 25 por cento, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de vinte por cento. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros, sem a devida manutenção, pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto. Essa crença tornou-se extremamente difundida na população. A doença à qual Ruschi se referiu seria a candidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. Sendo assim, é aconselhável quando se utiliza de tal artifício para atração de beija-flores, por exemplo em jardins ou sacadas, proceder-se aliado à limpeza diária dos bebedouros e à troca da solução açucarada; preparado de preferência com açúcar comum, evitando-se a utilização de mel, açúcar mascavo, e demais preparados caseiros, pois estes possuem uma maior tendência à fermentação. Além disso, é contraindicado o uso da água encanada de rede pública, pois esta usualmente é tratada com compostos de cloro ou flúor em dosagens insignificantes para os humanos mas que nos organismos de aves de pequeno e médio porte caracterizam-se como substâncias acumulativas que prejudicam a saúde destes.
Havendo a disponibilidade do alimento artificial, normalmente os beija-flores o procuram complementando, com louvor, seu provimento energético. Esse alimento fornecido auxilia os beija-flores, porém alguns cuidados são necessários.
Em áreas com desequilíbrio da vegetação natural ou mesmo em certos períodos do ano, quando há maior escassez de alimento, os beija-flores tendem a se especializar nos bebedouros. A hipótese é que essa fase de especialização pode provocar um desequilíbrio no organismo do animal, debilitando o seu sistema imunológico. Foi observado, principalmente nestes períodos de escassez, um aumento de doenças nestas aves, especialmente aquelas provocadas por fungos. Isso provavelmente pode ter origem na carência de alguns nutrientes que normalmente seriam encontrados em fontes naturais de alimento, como o néctar e artrópodes. Estudos demonstraram que com uma pequena adição de sal na dieta líquida houve um aumento na resistência às doenças, tornando-se rara a presença de aves enfermas. Desta forma, além da troca diária da calda açucarada, é recomendável o acréscimo de uma pequena pitada de sal comum no preparado, porém evitando-se quantidades excessivas pois quantidades demasiadas de sal prejudicam o metabolismo dos animais.
Com relação à limpeza dos bebedouros, outrossim é importante mantê-los longe de insetos como formigas, vespas, baratas etc. Tais insetos, além de competir pelo alimento com os beija-flores, carregam parasitas, especialmente fungos que infectam os bebedouros. Um sinal visível da infestação por fungos é o pronto escurecimento do bocal e até pétalas das flores artificiais, logo após a visita dos insetos. Sendo assim, é recomendável utilizarem-se modelos de bebedouros que tenham algum dispositivo limitador de formigas etc., e, ao se notar o escurecimento das flores de plásticos, estas devem imediatamente ser esterilizadas com algum composto clorado (destinado a purificar alimentos como verduras, e "jamais usar produtos comuns de limpeza") e bem enxaguadas antes de serem reutilizadas.
Uma prática condenável é completar o nível dos bebedouros com mais calda. A presença eventual de alguma ave doente pode contaminar outros beija-flores, através do próprio bebedouro. Dessa maneira, particularmente quando o nível do líquido está próximo do fim, aumenta a concentração de possíveis elementos patogênicos. Ademais, ocorre que no preparado, bactérias rapidamente fermentam o açúcar dissolvido, produzindo-se substâncias nocivas às aves. Em avançado processo de fermentação, é perceptível um característico odor de azedo e, em alguns casos, até um leve aroma alcoólico. Para reduzir todos esses riscos, o procedimento correto é diariamente trocar "completamente" a água adocicada e higienizar os bebedouros.
Reprodução
Certas espécies, como a Leucochloris albicollis, apreciadora das regiões de altitude da Mata Atlântica, são bastante canoras. O macho desta espécie emite um característico e longo trinado para atrair a fêmea e se acasalar.
É a fêmea que constrói o ninho e cuida da incubação. Normalmente, dura de dezesseis a dezessete dias a eclosão dos dois ovos, que costumam ter a cor branca. Até os filhotes saírem do ninho, ainda vai um período de vinte a trinta dias nos quais permanecem sendo alimentados pela mãe.
O formato do ninho e material de construção varia de espécie para espécie, assim como a dimensão dos ovos. A maioria costuma ter o ninho em forma de tigela utilizando materiais como fibras vegetais, folhas, teias de aranha para dar coesão externa, musgo e líquens. Todos com aparência muito delicada.
Contudo, algumas espécies como a Phaethornis eurynome (rabo-branco-da-mata), típica da Mata Atlântica, constroem o ninho em forma de uma bola ovalada trançada com musgo. Assemelha-se a uma rede pendente, porém presa por um único fio (este com cerca de quinze centímetros) no galho de uma planta a cerca de dois metros de altura em média. Seu ninho é revestido com líquens e, sob o calor da incubação, os ovos acabam tingidos por eles. A entrada é pela lateral, próxima à base. Com esta forma, o ninho fica fechado por cima e protegido da chuva. Mas devido ao seu diminuto tamanho, curiosamente a longa cauda da fêmea pende pelo lado externo.
Conservação
Duas espécies de beija-flor extinguiram-se no passado recente: esmeralda-de-brace (Chlorostilbon bracei) e esmeralda-de-gould (Chlorostilbon elegans). Das 322 espécies conhecidas, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista nove como "em perigo crítico de extinção", onze como "em perigo" e outras nove como "vulneráveis". As maiores ameaças à preservação do grupo são a destruição, degradação e fragmentação de seus habitat.
Referências Culturais
Os beija-flores estão presentes no:
- Brasão de armas e na moeda de um cêntimo de Trinidade e Tobago.
- Linhas de Nazca.
- Cédula de um real.
- Moeda de um real, emitida no ano de 2019.
- Símbolo da Prefeitura Municipal de Betim, em Minas Gerais, no Brasil.
- Música Cuitelinho, do folclore do Pantanal mato-grossense.
- Música brasileira Ai que Saudade d'Ocê.
- Música brasileira "Beija-Flor", de Timbalada
- Música "Codinome Beija-flor", do Cazuza.
- Bandeira e no brasão de Santa Teresa, no Espírito Santo, no Brasil.
- O colibri (mainoĩ) faz parte das histórias sagradas dos indígenas brasileiros, como relatado no livro mítico Origem da Linguagem (Ayvu Rapyta) dos guarani. No dia a dia dos guarani, um colibri circulando um jovem casal reflete o desejo deles de ter um bebê.
Classificação
Amazilia fimbriata. Garganta-verde em pleno voo
Família Trochilidae Vigors, 1825
Subfamília Phaethornithinae Jardine, 1833
Gênero Ramphodon Lesson, 1830
Gênero Eutoxeres Reichenbach, 1849
Gênero Glaucis Boie, 1831
Gênero Threnetes Gould, 1852
Gênero Anopetia Simon, 1918
Gênero Phaethornis Swainson, 1827
Subfamília Trochilinae Vigors, 1825
Gênero Androdon Gould, 1863
Gênero Doryfera Gould, 1847
Gênero Phaeochroa Gould, 1861
Gênero Campylopterus Swainson, 1827
Gênero Aphantochroa Gould, 1853
Gênero Eupetomena Gould, 1853
Gênero Florisuga Bonaparte, 1850
Gênero Melanotrochilus Deslongchamps, 1879
Gênero Colibri Spix, 1824
Gênero Anthracothorax Boie, 1831
Gênero Topaza G. R. Gray, 1840
Gênero Eulampis Boie, 1831
Gênero Chrysolampis Boie, 1831
Gênero Orthorhyncus Lacépède, 1799
Gênero Klais Reichenbach, 1854
Gênero Stephanoxis Simon, 1897
Gênero Abeillia Bonaparte, 1850
Gênero Lophornis Lesson, 1829
Gênero Discosura Bonaparte, 1850
Gênero Trochilus Linnaeus, 1758
Gênero Chlorestes Reichenbach, 1854
Gênero Chlorostilbon Gould, 1853
Gênero Panterpe Cabanis & Heine, 1860
Gênero Elvira Mulsant, J. Verreaux & E. Verreaux, 1866
Gênero Eupherusa Gould, 1857
Gênero Goethalsia Nelson, 1912
Gênero Goldmania Nelson, 1911
Gênero Cynanthus Swainson, 1827
Gênero Cyanophaia Reichenbach, 1854
Gênero Thalurania Gould, 1848
Gênero Damophila Reichenbach, 1854
Gênero Lepidopyga Reichenbach, 1855
Gênero Hylocharis Boie, 1831
Gênero Chrysuronia Bonaparte, 1850
Gênero Leucochloris Reichenbach, 1854
Gênero Polytmus Brisson, 1760
Gênero Leucippus Bonaparte, 1850
Gênero Taphrospilus Simon, 1910
Gênero Amazilia Lesson, 1843
Gênero Microchera Gould, 1858
Gênero Anthocephala Cabanis & Heine, 1860
Gênero Chalybura Reichenbach, 1854
Gênero Lampornis Swainson, 1827
Gênero Basilinna Boie, 1831
Gênero Lamprolaima Reichenbach, 1854
Gênero Adelomyia Bonaparte, 1854
Gênero Phlogophilus Gould, 1860
Gênero Clytolaema Gould, 1853
Gênero Heliodoxa Gould, 1850
Gênero Eugenes Gould, 1856
Gênero Hylonympha Gould, 1873
Gênero Sternoclyta Gould, 1858
Gênero Urochroa Gould, 1856
Gênero Boissonneaua Reichenbach, 1854
Gênero Aglaeactis Gould, 1848
Gênero Oreotrochilus Gould, 1847
Gênero Lafresnaya Bonaparte, 1850
Gênero Coeligena Lesson, 1833
Gênero Ensifera Lesson, 1843
Gênero Pterophanes Gould, 1849
Gênero Patagona G. R. Gray, 1840
Gênero Sephanoides G. R. Gray, 1840
Gênero Heliangelus Gould, 1848
Gênero Eriocnemis Reichenbach, 1849
Gênero Haplophaedia Simon, 1918
Gênero Urosticte Gould, 1853
Gênero Ocreatus Gould, 1846
Gênero Lesbia Lesson, 1833
Gênero Sappho Reichenbach, 1849
Gênero Polyonymus Heine, 1863
Gênero Ramphomicron Bonaparte, 1850
Gênero Oreonympha Gould, 1869
Gênero Oxypogon Gould, 1848
Gênero Metallura Gould, 1847
Gênero Chalcostigma Reichenbach, 1854
Gênero Opisthoprora Cabanis & Heine, 1860
Gênero Taphrolesbia Simon, 1918
Gênero Aglaiocercus Zimmer, 1930
Gênero Augastes Gould, 1849
Gênero Schistes Gould, 1851
Gênero Heliothryx Boie, 1831
Gênero Heliactin Boie, 1831
Gênero Loddigesia Bonaparte, 1850
Gênero Heliomaster Bonaparte, 1850
Gênero Rhodopis Reichenbach, 1854
Gênero Thaumastura Bonaparte, 1850
Gênero Tilmatura Reichenbach, 1854
Gênero Doricha Reichenbach, 1854
Gênero Calliphlox Boie, 1831
Gênero Microstilbon Todd, 1913
Gênero Calothorax G. R. Gray, 1840
Gênero Mellisuga Brisson, 1760
Gênero Archilochus Reichenbach, 1854
Gênero Calypte Gould, 1856
Gênero Atthis Reichenbach, 1854
Gênero Myrtis Reichenbach, 1854
Gênero Eulidia Mulsant, 1876
Gênero Myrmia Mulsant, 1876
Gênero Chaetocercus G. R. Gray, 1855
Gênero Selasphorus Swainson, 1832
Gênero Stellula Gould, 1861
Informações obtidas no Wikipédia
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