Como pintar natureza morta

Vídeo aula ensinando pintar natureza colhida ou inerte. Antes eram chamadas de natureza morta. Assista e pinte também.


Abaixo o risco para facilitar

Curiosidades sobre a natureza morta.

A pintura de natureza morta, aparentemente simples, esconde um universo de curiosidades fascinantes que atravessam a história da arte:

  • Origens Antigas: Embora o gênero tenha florescido no século XVII, elementos de natureza morta podem ser encontrados em pinturas e afrescos da antiguidade clássica, como nos mosaicos romanos e nas pinturas murais egípcias. Esses elementos geralmente tinham um propósito simbólico ou decorativo dentro de cenas maiores.

  • Florescimento no Século de Ouro Holandês: O século XVII na Holanda é considerado a era de ouro da natureza morta. Com uma burguesia em ascensão e um mercado de arte vibrante, artistas como Willem Claesz Heda, Pieter Claesz e Jan van Huysum elevaram o gênero a novas alturas, explorando texturas, luz e simbolismo com maestria.

  • Mais do que Aparências: As naturezas mortas raramente eram apenas representações literais de objetos. Muitas vezes, carregavam significados simbólicos profundos (Vanitas), lembrando a transitoriedade da vida, a vaidade dos prazeres terrenos e a inevitabilidade da morte. Crânios, velas apagadas, frutas em decomposição e relógios eram elementos comuns com essas conotações.

  • Show de Habilidade Técnica: A natureza morta oferecia aos artistas a oportunidade de exibir seu virtuosismo técnico. A representação precisa de diferentes materiais como vidro, metal, tecidos, frutas e flores exigia um domínio excepcional da luz, da sombra, da textura e da perspectiva.

  • Hierarquia de Gêneros: Historicamente, a pintura de natureza morta era considerada um gênero "inferior" na hierarquia da Academia de Belas Artes, abaixo da pintura histórica, do retrato e da paisagem. Isso mudou gradualmente com o reconhecimento da habilidade e da expressividade presentes nessas obras.

  • Influência da Ciência: O interesse científico crescente nos séculos XVII e XVIII se refletiu em algumas naturezas mortas, com representações detalhadas de espécimes botânicos, instrumentos científicos e objetos de estudo.

  • O Olhar de Cézanne: No final do século XIX, Paul Cézanne revolucionou a natureza morta com sua abordagem inovadora da forma e da perspectiva. Ele explorou a geometria dos objetos e a relação entre eles, abrindo caminho para o cubismo e outras vanguardas.

  • Presença nas Vanguardas: A natureza morta continuou a ser um tema relevante para muitos artistas das vanguardas do século XX, como Picasso, Braque, Juan Gris e Giorgio Morandi, que a utilizaram para explorar novas formas de representação e abstração.

  • Um Gênero Atemporal: Apesar das mudanças nos estilos e nas tendências artísticas, a natureza morta permanece um gênero relevante e apreciado até hoje. Artistas contemporâneos continuam a explorá-la, revisitando temas clássicos com novas perspectivas e incorporando objetos do cotidiano moderno.

  • Revelando o Cotidiano: A natureza morta tem o poder de elevar objetos comuns à categoria de arte, convidando-nos a olhar para o nosso entorno com mais atenção e a encontrar beleza e significado nas coisas simples que nos cercam.

A pintura de natureza morta é, portanto, muito mais do que um mero registro de objetos inanimados. É um gênero rico em história, simbolismo, técnica e inovação, que continua a fascinar e inspirar artistas e apreciadores de arte ao longo dos séculos.

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