Uma pintura feita ao vivo em duas lives. Uma linda paisagem noturna que mais parece uma cena de sonhos.
A estradinha de terra serpenteava pela paisagem. Estreita e poeirenta, como um risco claro desenhado à mão no meio da escuridão. A lua cheia pendia no céu, enorme e prateada, banhando tudo em uma luz leitosa que transformava o cenário em um ambiente mágico de brilho efêmero. De um lado da estrada, erguia-se a cabana — pequena, de barro, mas linda pela sua simplicidade, com o telhado de sapé, levemente torto, como se cansado de tantos invernos.
A luz lunar escorria pelas paredes da cabana, destacando as texturas ásperas da terra batida e projetando sombras longas e distorcidas no chão. A janela, sem cortinas, evidenciava a luz da lamparina que na distância fundia se com as estrelas. A relva umedecida pelo sereno, delimitava o terreno, e algumas flores silvestres balançavam ao sabor da brisa noturna.
Não havia ninguém por perto. A estrada seguia vazia, desaparecendo na curva após a cabana, como se convidasse o viajante a continuar — ou a parar. O silêncio era quebrado apenas pelo cricrilar dos grilos e pelo farfalhar das folhas nas árvores próximas. De vez em quando, o grito solitário de uma coruja ecoava na noite, aumentando a sensação de solidão daquele lugar.
Quem passasse por ali naquela hora sentiria o peso do mistério: quem teria construído aquela cabana? Por que ela estava ali, sozinha, à beira daquela estrada esquecida? E, mais inquietante ainda — talvez esteja alguém lá dentro, observando, enquanto a lua iluminava o caminho de terra como um tapete prateado?
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